
Declaração Doutrinária
1 Há um só Deus
Há um só Deus (Dt 6.4), espírito criador e sustentador de todas as coisas (Jo 4.24; At 4.24; Ne 9.6), infinito e imutável (1Rs 8.27; Tg 1.17), absolutamente soberano (Ef 1.11), sábio (Rm 11.33), justo (Is 45.21), santo (1 Pe 1.15-16) e amoroso (1 Jo 4.8); onipresente (Sl 139.7-12), onisciente (Hb 4.13) e onipotente (Jó 42.2), que subsiste eternamente em três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Mt 28.19; 2 Co 13.13).
2 Jesus Cristo é o Filho de Deus
Jesus Cristo é o Filho de Deus (Mt 16.16), a segunda Pessoa da Santíssima Trindade (Mt 28.19), totalmente Deus e totalmente homem (Jo 1.1,2,14; Rm 9.5;Cl 2.9; 1 Tm 2.5; 1 Jo 5.20), não-criado (Cl 1.17), eterno (Mq 5.2; Jo 8.58), impecável (1 Jo 3.5), gerado pelo Espírito Santo da Virgem Maria (Mt 1.18-23), criador do universo (Jo 1.3; Hb 1.2), sustentador de tudo (Cl 1.16-17; Hb 1.3), salvador de todo aquele que nele crê (Jo 3.16), que, por sua morte na cruz, fez expiação pelo pecado (Gl 3.13), foi ressuscitado ao terceiro dia (1 Co 15.3-4) e subiu aos céus onde está sentado à direita do Pai (At 1.9; Hb 10.12), de onde um dia voltará para estabelecer seu Reino Eterno (Hb 9.27; Ap 11.15).
3 O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade
O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade (Mt 28.19), o Consolador divino prometido (Jo 15.26), que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11), que regenera e batiza o crente no momento de sua conversão (Jo 3.3-6; 1 Co 12.13), passando a habitar nele permanentemente (1 Co 6.19), selando-o como propriedade perene de Deus (Rm 8.9; Ef 1.13-14) e dando-lhe dons que o capacitam para o serviço de edificação da igreja(1 Co 12.4-7).
4 Dom de línguas
O dom de línguas era a capacidade sobrenatural dada por Deus a alguns crentes de falar das grandezas do Senhor em um outro idioma jamais aprendido por quem recebia essa graça (At 2.4-11; 1 Co 12.30), sendo certo que tal capacitação, uma vez que servia como um sinal do juízo iminente de Deus sobre a geração que rejeitou o Filho (1 Co 14.21-22 – compare com Dt 28.45, 46, 49), deixou de existir já no primeiro século, tão logo o castigo do Senhor caiu sobre os judeus no ano 70 d.C., por mão de Tito, general romano, conforme o próprio Senhor Jesus havia predito (Lc 13.34-35). O juízo que o dom de línguas sinalizava aconteceu no ano 70 A.D. Estando Jerusalém destruída por sua rejeição a Jesus e às palavras de Deus, o dom “atingiu seu propósito”. Não havia, a partir de então, o que ser sinalizado diante dos judeus e, assim, o sinal “deixou de ser necessário”. Por isso, o dom de línguas cessou após a destruição de Jerusalém no ano 70 A.D. Leia mais sobre o Dom de Línguas
5 Bíblia, a Palavra de Deus
A Bíblia é a Palavra de Deus, inerrante e infalível (Jo 10.35; Sl 119.11), inspirada por ele nos escritos originais (2 Tm 3.16), única regra de fé e prática do cristão (Rm 15.4), que foi dada a nós por meio de homens santos que falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo (2 Pe 1.21), sendo ela o instrumento indispensável do Senhor não só para a salvação do pecador (Rm 1.16; 1 Co 1.21; 2 Tm 3.15; Tg 1.18; 1 Pe 1.23), mas também para o crescimento do crente na santificação (Sl 119.9; Jo 17.17; Hb 4.12).
6 Homem e mulher: criação de Deus
Homem e mulher foram criados por Deus que os fez à sua imagem e semelhança (Gn 1.27; 5.1-2; Tg 3.9), sem pecado (Ec 7.29), com um corpo maravilhosamente formado (Gn 2.7, 21-22 – veja Sl 139.14) e uma alma imortal (Ec 12.7; Mt 10.28), dando-lhes, em seguida, o domínio sobre toda a criação (Gn 1.26, 29-30) e impondo-lhes o dever de dela cuidar (Gn 2.15).
7 O casamento
Ao tempo da criação da humanidade, Deus estabeleceu o casamento (Mt 19.4-6), o ato solene que promove a união entre um homem e uma mulher, jamais podendo ocorrer entre um crente e um incrédulo (1Co 7.39; 2 Co 6.14-15) ou entre pessoas do mesmo sexo (Lv 20.13; 1 Co 6.9-10), e que implica o surgimento de um novo núcleo familiar, o direito legítimo ao desfrute do prazer sexual e a criação de um vínculo que só se dissolve com a morte de um dos cônjuges (Mt 5.32; 19.9; Lc 16.18; Rm 7.2-3; 1 Co 7.10-11, 39; Hb 13.4).
8 O pecado
O pecado entrou no mundo por um ato voluntário do primeiro ser humano (1 Tm 2.14) que, no Éden, desobedeceu a ordem expressa de Deus, comendo do fruto proibido (Gn 3.6 – compare com Gn 2.16-17). Como resultado disso, toda a raça, representada em Adão, tornou-se pecadora (Rm 3.23; 5.18). A morte, que é o salário do pecado (Rm 6.23), passou a todos os homens (Rm 5.12), os quais, agora, estão separados de Deus (Ef 4.18), eternamente perdidos (Mt 25.41, 46) e vivendo conforme os ditames de suas próprias paixões e raciocínios vãos (Ef 2.1-3; 4.17).
9 A salvação
A provisão para a salvação do ser humano foi feita em Cristo, o qual, por sua morte na cruz do Calvário, satisfez as exigências de Deus, sofrendo as consequências da nossa culpa (Mt 20.28; Gl 3.13; 1 Pe 2.24; 3.18; 1 Jo 2.2; 4.10). Ao ressuscitar ao terceiro dia (1Co 15.3-4), nosso Senhor demonstrou que a justiça de Deus foi plenamente satisfeita por ele no Gólgota (Rm 4.25; 1 Pe 1.3), bastando agora que o pecador o receba pela fé (Jo 3.36; Ef 2.8) como seu único e suficiente salvador (At 4.12; 1 Tm 2.5) a fim de ter o perdão dos pecados (Rm 5.1; Ef 1.7) e a remoção da culpa que leva à eterna condenação (Rm 8.1).
10 Fé versus obras
A salvação do homem é somente pela fé em Cristo e nunca por boas obras (Jo 6.28-29; Rm 3.20-24; Gl 3.11), sendo certo que essa fé é dom de Deus que a concede aos seus eleitos (Jo 6.65; At 11.18; Ef 2.8; Fl 1.29; 2 Pe 1.1), ou seja, àqueles que o Senhor, unicamente por sua graça, escolheu antes da fundação do mundo e predestinou para serem salvos (Rm 9.14-18; Ef 1.4-5, 11). A eleição ocorreu sem que Deus visse de antemão qualquer virtude que tornasse os predestinados dignos do seu favor (Rm 5.6-8; 9.10-13). Deus também não escolheu seu povo por antever que creriam, uma vez que, conforme já dito, a fé salvadora é concedida por ele próprio aos eleitos (Jo 6.37, 44, 65; At 13.48; Rm 8.29-30). Assim, graça e a fé procedem exclusivamente Dele.
11 A igreja
A igreja é a comunidade dos crentes em Cristo (Ef 1.1), comprada, fundada, protegida, edificada e dirigida por ele (Mt 16.18; At 20.28), a qual se reúne para cultuar o Deus Trino (At 13.1-2), sustentar com firmeza a verdade revelada (1 Tm 3.15), observar as ordenanças do Senhor (batismo e ceia), nutrir uma amorosa, edificante e pura comunhão entre os irmãos (At 2.42-47) e proclamar a salvação ao mundo (1 Pe 2.9), tudo com o propósito final de promover a glória de Deus (Ef 3.21).
12 Batismo e ceia
As duas ordenanças estabelecidas por Cristo e que devem ser regularmente observadas pela igreja são o batismo e a ceia (Mt 28.19-20; Lc 22.19-20). A primeira, que não pode ser entendida como um meio de salvação (1 Co 1.14-17), deve ser realizada somente depois que o indivíduo crê (At 2.41-42), sendo, portanto, inaceitável o batismo de bebês. A forma correta de batismo, à luz da Bíblia, é a imersão total do crente na água (Mc 1.9-11). Esse batismo é ministrado somente a adultos ou, eventualmente, a crianças que já entenderam e aceitaram o evangelho. Praticamos a imersão porque essa era a forma de batismo usada no NT e na igreja primitiva (Mt 3.16; Jo 3.23; At 8.36-39), o que é reconhecido, inclusive, por teólogos e historiadores presbiterianos, ou seja, que defendem o batismo por aspersão. Adotamos também a imersão porque cremos que esse método, aplicado exclusivamente a adultos crentes, atinge plenamente os quatro objetivos do batismo que são:
- A profissão pública de fé (objetivo principal) – 1Pedro 3.21.
- A identificação do batizando com os demais discípulos de Jesus – Mateus 28.19.
- A representação da lavagem espiritual – Atos 22.16 (cf. 1Co 6.11).
- A representação da morte do crente para o mundo e de sua ressurreição para uma nova vida – Romanos 6.4; Colossenses 2.12.
O batismo, além do testemunho público, dramatiza a morte e sepultamento do crente para o mundo, e sua ressurreição para uma nova vida em Cristo por meio da imersão. A aspersão ainda que resguarde o objetivo principal do testemunho público, não resguardam o alvo de dramatizar a morte e ressurreição que ocorrem na vida do crente. Os querem ser membros da nossa igreja são submetidos a imersão de forma a proclamar essas verdades.
Quanto à ceia, esta deve ser distribuída em dois elementos: o pão, que é símbolo do corpo de Cristo, e o cálice, que representa seu sangue (1 Co 11.23-26). Tais elementos não podem ser negados a nenhum crente em Cristo (1 Co 11.28). Frise-se ainda, que a ceia consiste de um memorial em que a igreja recorda a morte do Filho de Deus na cruz do Calvário para remissão dos pecados, sendo supersticiosa a crença de que o corpo e o sangue do Senhor estão de alguma forma presentes nos elementos, ou que se pode obter a vida eterna participando deles. Leia mais sobre a Ceia do Senhor
13 Os anjos
Os anjos são seres espirituais poderosos, criados por Deus para glorificá-lo e cumprir suas ordens (Sl 103.20; Is 6.2-3). Tais seres têm como uma de suas funções ministrar em prol dos crentes (Lc 16.22; Hb 1.13-14). Sabe-se que todos esses seres foram criados santos por Deus (Jó 38.4-7). Porém, há indícios na Escritura que, na pré-criação, um número deles se rebelou e, sendo agora chamados de demônios, foram confirmados na maldade (2 Pe 2.4; Jd 6), enquanto os que guardaram seu estado original, também chamados de anjos eleitos, foram confirmados em bondade (1 Tm 5.21). Não há esperança de arrependimento para os demônios (Hb 2.16), nem possibilidade de queda para os anjos bons, havendo um lugar fixo para as duas categorias no plano de Deus para o futuro (Mt 25.31; Mc 8.38; 1 Co 6.3; Ap 12.7-9).
14 Satanás
Satanás, o nosso adversário, é um anjo que foi criado por Deus sem pecado e que exerceu uma posição de autoridade sobre os demais seres espirituais (Ez 28.12-15). Ocorreu, porém, que, movido pelo orgulho, rebelou-se desejando ser como Deus, pelo que foi destituído de sua posição original e destinado ao inferno (Is 14.12-15; Ez 28.15-19; Mt 25.41; Ap 12.9-10). Sua obra consiste, de modo geral, em acusar, atacar e tentar os servos de Deus a fim de destruí-los (Jó 2.7; At 5.3; 1 Ts 3.5; 1 Pe 5.8-9; Ap 12.9-10), obstruir o avanço do evangelho e enganar os homens, mantendo-os sob seu controle e domínio (Mc 4.15; 2 Co 4.4; Ef 2.1-2; 2 Tm 2.26).
15 O plano de Deus
O plano de Deus para o futuro abrange a ressurreição dos crentes (1 Co 15.20-23; 1 Ts 4.16), o arrebatamento da igreja (1 Ts 4.13-18; 1 Co 15.50-53), o surgimento do Anticristo (Dn 7.8; 2 Ts 2.3-4), a Grande Tribulação (Dn 9.27; Mt 24.21-29; Ap 11.2-3; 12.6, 14; 13.5), a Segunda Vinda de Cristo (Mt 24.37-44; At 1.11; Ap 1.7), o estabelecimento do Reino Milenar (Ap 20.1-6), o Juízo Final (Ap 20.11-15) e a criação de novos céus e nova terra (Ap 21.1-8). Ao fim da história, os justos viverão para sempre na presença de Deus, enquanto os que rejeitaram a salvação oferecida por Cristo sofrerão a pena da eterna destruição (Dn 12.2-3; 2 Ts 1.9; Ap 14.9-11).
16 A disciplina eclesiástica
Nossa igreja pratica a disciplina eclesiástica nos moldes ensinados por Jesus em Mateus 18.15-17. Assim, só excluímos alguém da nossa comunhão quando, após um período de busca intensa e admoestação, o membro em pecado permanece sem se arrepender. A única exceção ocorre quando se trata de obstinação na prática de um pecado de grande impacto social e conhecimento público. Nesses casos, adotamos o modelo ensinado por Paulo em 1Coríntios 5.1-5, ocorrendo, então, a exclusão imediata. O membro em disciplina é, em todo caso, afastado do convívio e da amizade dos irmãos da igreja (Mt 18.17; 1Co 5.9-11) e essa medida só é suspensa quando acontece o arrependimento esperado (2Co 2.5-11).
17 Divórcio e o recasamento
Em nossa igreja só realizamos casamentos de pessoas solteiras ou viúvas. Ainda assim, esses casamentos só são feitos se as duas partes forem crentes, pois o casamento entre crente e incrédulo não é admitido nas páginas da Escritura (1Co 7.39; 2Co 6.14-15). Casais que convivem sem ser casados não são recebidos em nosso rol de membros, uma vez que o único contexto admitido por Deus para a convivência entre um homem e uma mulher é o casamento (Hb 13.4). Aliás, o próprio Senhor Jesus apontou a diferença entre cônjuge e convivente (Jo 4.16-18).
Nossa igreja só admite o divórcio em casos de relação sexual ilícita (Mt 5.31-32) e no caso em que o cônjuge incrédulo pretende se separar (1Co 7.12-15). O recasamento, ou seja, o casamento de pessoas divorciadas cujo ex-consorte ainda está em vida não é aprovado, pois cremos que o vínculo matrimonial só se dissolve com a morte de um dos cônjuges (Mc 10.11-12; Lc 16.18; Rm 7.1-3; 1Co 7.10-11,39). Por outro lado, casais que chegam nessas condições em nossa igreja são aceitos, sendo, porém, impedidos de realizar funções de liderança espiritual (1Tm 3.2,12). Leia mais sobre o recasamento
18 A liderança
Na IBR não há apóstolos nem profetas, pois estes pertenceram unicamente ao período formativo da igreja (Ef 2.20; Ap 2.2). Pastoras e diaconisas também não compõem o nosso quadro de liderança já que no Novo Testamento somos ensinados que a direção espiritual da igreja deve ser exclusivamente masculina (1Tm 2.11-14). Assim, nossa liderança espiritual é composta somente por pastores e diáconos (Fp 1.1) e só podem ocupar essas funções aqueles que preenchem os requisitos de 1Timóteo 3.1-12 e Tito 1.5-9.
19 O sustento financeiro
O sustento financeiro de nossa igreja provém exclusivamente dos dízimos e ofertas voluntárias dos crentes. Essas ofertas são dadas livremente, sem qualquer tipo de constrangimento (2Co 9.7). Não aceitamos recursos financeiros procedentes de nenhuma esfera estatal (Mt 22.21) e também recusamos ofertas financeiras de pessoas que não sejam crentes em Cristo (Pv 21.27). Evidentemente, como igreja bíblica, não fazemos comércio de curas, bênçãos ou coisas semelhantes (Mt 10.8).