2018
22
Jun

AME SEUS FILHOS: CORRIJA-OS!

Recentemente uma moça que mora em Paris me pediu orientação para lidar com seus filhos. Compartilho algumas das orientações bíblicas que dei a ela. Espero que ajudem outros.
- Saiba que cada filho é diferente do outro, mas a raiz das desobediências é a mesma, o coração pecaminoso. Por isso, procure alcançar e corrigir o coração de seus filhos.(Porque do coração procedem maus pensamentos, homicídios, adultérios, fornicações, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias. Mt 15.19)
- Ore e Peça a Deus sabedoria para identificar corretamente a motivação por de trás da desobediência deles e não só o comportamento em si. (Sem mim nada podeis fazer... Jo 15.5)
- Existem muitas maneiras de disciplinar os filhos. Para decidir sobre isso você deve levar em conta a idade de cada um, o grau de entendimento de quem comete o erro e a gravidade do erro realizado pela criança.
- Disciplina física é bíblica e deve ser utilizada. Porém, deve-se sempre levar em conta que:
- Ela não é a única forma de correção, mas não deve ser descartada por pais que amam de verdade. Veja:
(A tolice está ligada ao coração da criança, mas a vara da correção a afugentará dela. Pv 22.15)
(Aquele que poupa o uso da vara destruirá a seu filho; mas quem o ama, no tempo certo o corrige. Pv 13.24)
(Não retires da criança a correção e a disciplina; porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso ela morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua vida da morte. Pv 23.13)
- Ela não é infalível pois é aplicada por pais pecadores. Pois os pais, por pouco tempo, nos corrigiam como bem lhes parecia... Hb 12.10
- Ela não deve ser pública. Se a ofensa for pública, por exemplo “no supermercado” é melhor deixar as compras para depois, voltar para casa e lidar com isso. Se fizer isso na frente de outros, a correção irá expor filhos a vergonha, você a críticas e acusações daqueles que não aceitam o padrão de Deus como o correto. Não espere aprovação!
- Ela não deve ter excessos. (Irai-vos, e não pequeis... Ef 4.26). Quem se excede não fez o que disse Deus.
- Ela não deve ser feita com ira. (Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus. Tg 1.20)
- Ela não deve ser feita sem amor. (Pois o Senhor corrige a quem ama, e açoita a todo filho a quem recebe. Hb 12.6) Deus corrige TODOS os Seus filhos!
- Ela deve ser proporcional a ofensa praticada. Julgue!
- Ela deve ser equilibrada observando cuidadosamente a quantidade de “varadas/palmadas” x força aplicada nisto. Para aprender a dosar a força, teste em si mesmo na parte interna da coxa. Aprendemos dosar bem rápido quando treinamos em nós. É melhor esperar do que agir com raiva e perder o controle nesta hora tão delicada.
- Ela deve ser aplicada no lugar certo. A anatomia do corpo já mostra que o Bumbum é esse lugar. Ouça-me bem: puxar orelha, torce-la, dar tapas na cabeça, nas costas, nos braços, no rosto, etc, é errado e reprovado por Deus.
- A correção deve atingir uma área pequena e uma extensão maior. Ex: uma vara é fina e comprida, enquanto um chinelo é largo e curto. O primeiro foi o padrão dado por Deus, não invente outros.
- A correção deve produzir apenas “dor/ardência” superficial e temporária, mas nunca hematomas e manchas roxas. Se isso ocorre é errado e houve excesso no uso da força.
- Pais eventualmente irão errar ao corrigirem seus filhos. Ensine-os que você também é imperfeito, peça perdão.
- Ela não é a única forma de correção, mas não deve ser descartada por pais que amam de verdade. Veja:
- Não permita que seus filhos mostrem a língua, façam caretas ou te afrontem com gestos. Se não tratar isso agora eles crescerão para serem verdadeiros delinquentes.
- Não entre em gritarias e discussões verbais com seus filhos com se fosse um amiguinho deles na escola. Com brandura, mas com firmeza, aproxime-se deles e olhando nos olhos, trate a questão como autoridade sobre eles.
- Você pode tanto corrigir primeiro e só depois explicar e/ou explicar primeiro e só depois corrigir. Isso vai da sua percepção de seu filho. Às vezes, é somente após a correção que a rebeldia cessa e o coração do filho se abre para ouvir os pais. Porém, em outras, ele está aberto antes disso. Cada filho é um caso diferente. Descubra na prática.
- Tenha poucas regras e regras claras para que a criança não se frustre ou fique confusa. Pergunte se a criança as entendeu. Peça para que ela repita e explique as consequências da quebra das regras.
- Aponte/cite na Bíblia qual o princípio foi quebrado pela criança para que ela não pense que as regras surgem de sua cabeça. Ex. Se o filho desobedeceu aos pais. Cite: Ef 6.1. Vós, filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Se mentiu, cite: Ef 4:25. Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um...
- Não permita que a criança promova escândalos e/ou gritarias durante a correção. Claro que haverá choro e sons. Estou falando de berros que façam os vizinhos chamar a polícia. Se morar em apartamento talvez seja necessário fechar o quarto, aumentar o volume da tv.
- Se nos rebelamos contra Deus quando Ele nos corrige, acha que a correção dele aumenta ou diminui sobre nós? Ofereça aos filhos a opção de escolher se querem mais ou menos “palmadas”? Certamente irão querer menos. Explique, que isso dependerá da atitude antes e durante a correção. A posturas deles mudará nesta hora. Mínimo 1 e máximo 5. Avalie a ofensa e a postura na correção.
- Ajude-os a se auto avaliarem. Pergunte o que deve ser feito a eles diante do erro. Deixe que eles decidam. Se decidirem errado, você faz o certo e ainda mostra como eles foram maus juízes. Ex.: Numa briga entre irmãos, peça para que cada uma decida a disciplina que o outro merece. Você verá a motivação, o amor e a justiça deles. Se forem injustos aplique a sentença ao juiz dela, se for justa aplique ao ofensor ou a ambos. Porém, faça o que é certo.
- Aprenda a exercer graça e misericórdia também. Nem sempre Deus nos disciplina em cada erro que cometemos. As vezes o rigor da justiça dará lugar a graça. Ambas são certas. Você aprenderá muito com isso.
- Após a correção deve existir a confissão/arrependimento por parte do ofensor. Esse pedido de perdão é dirigido aos ofendidos e a Deus também. Se isso não ocorrer o processo ficou incompleto e você falhou na tarefa!
- Pecado confessado e tratado, é pecado perdoado. Ore você com eles agora, abrace-os e restaure a comunhão da família. Eles perceberão seu amor. Sigam em frente.
- Espere por reprovação, perseguição e críticas. Mas e daí? Preocupe-se em agradar a Deus e moldar seus filhos.
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Marcos Samuel ♦ Pastor
IBR Bragança